“Ser professor é a mais dura profissão, mas também a mais digna, doce e gratificante.”
15 de outubro de 2015 - 15:00
No Dia do Estudante, 11 de agosto, iniciamos uma série especial de matérias para mostrar porque e como alunos e professores cearenses ganham cada vez mais espaço no cenário mundial da Educação. Você conheceu os segredos da estrutura que sustenta a rede estadual e os novos investimentos, comandados pelo governador Camilo Santana e pela vice-governadora Izolda Cela, que pretendem elevar ainda mais o padrão de qualidade do ensino cearense. Hoje, Dia do Professor, encerraremos nossa série com os ensinamentos dos responsáveis pelo aprendizado desses jovens, que assumem o topo da lista das unidades públicas no Estado.
Se você fizer um esforço e recorrer às memórias mais antigas dos seus tempos de infância, é fácil encontrar entre elas a figura da professora de português ou do tio que ensinava matemática. A profissão de docente é a mais importante atividade vigente no mundo. É pelas mãos deles que viramos adultos e que todos os profissionais adquirem conhecimento e conquistam postos no mercado de trabalho. Aqui no Ceará, não faltam justificativas para ressaltar a contribuição desses trabalhadores na formação acadêmica de inúmeros jovens cearenses. Motivos que elevam e destacam o Estado no cenário nacional, na área da Educação.
Na  Escola Estadual de Educação Profissional (EEEP) Joaquim Nogueira,  localizada na Parquelândia, em Fortaleza, o professor Walquer Cavalcante  fez questão de ser um dos profissionais de destaque da instituição.  Isso porque o educador coordenou 32 projetos sobre Segurança Alimentar e  Nutricional, tema definido pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento  Científico e Tecnológico (CNPq) para o 28º Prêmio Jovem Cientista. A  unidade venceu na categoria mérito institucional – ensino médio, por ter  alcançado o maior número de trabalhos qualificados na iniciativa.
Para  o professor, o objetivo é despertar o interesse do estudante pela  pesquisa científica e, para isso, ele conta com todos os outros  educadores da escola. “Quando o aluno vê a teoria em sala de aula e a  prática no laboratório, ele acaba se apropriando do conteúdo. Nosso  objetivo é despertar nos alunos o interesse pela produção científica,  para chegarem no ensino superior dando continuidade às pesquisas. E a  satisfação de ver que os alunos estão gostando é muito grande”,  salientou.
A  estudante Renata Martins, de 16 anos, está entre os 518 alunos da EEEP  que participaram dos projetos. De acordo com ela, que cursa o 2º ano de  Enfermagem, o trabalho de Walquer é fundamental no aprendizado do  discente. “O trabalho do professor é essencial para nossa formação, pois  é a partir dele que temos orientações para manusearmos os equipamentos e  termos uma formação específica na área de Química, para que possamos  executar alguns trabalhos de forma mais eficaz”, enfatizou.
Na  Escola Estadual de Educação Profissional (EEEP) Mário Alencar, no  bairro Jangurussu, também em Fortaleza, quem chama atenção entre os  alunos é o professor Eliézer Evangelista. O educador coordena um projeto  que trabalha ações voltadas à autoestima dos alunos, para que eles  tenham um bom desempenho no Enem e, assim, possam ingressar no ensino  superior. “Nossa escola tem um clima de irmandade, onde os alunos ficam  próximo dos professores, e isso facilita no aprendizado”, falou.
Sobre  a profissão, Eliézer diz não se arrepender da escolha que fez e que nem  a aposentadoria vai acabar com esse desejo de lecionar. “Eu não  trabalho pelo salário, eu trabalho porque gosto de ser professor. Eu  escolhi a profissão sabendo a renda mensal e as dificuldades, mas não me  arrependo. Mesmo depois de aposentado vou continuar sendo professor,  pois foi nessa atividade que encontrei sentido na vida”, reforçou.
Já  o professor Claudionor Cavalcante, de 42 anos, é recente na profissão,  mas já apresenta resultados positivos na Escola de Ensino Fundamental e  Médio Jenny Gomes. É responsável pelo ‘Pedra de Roseta”, 
projeto  voltado para estimular o ingresso no mundo acadêmico, que – há três  anos -, vem contribuindo para a aprovação dos estudantes nas  universidades.
O grande presente para ele que não tem preço é auxiliar no aprendizado e colaborar na formação dos alunos. “Se conseguirmos convencer os alunos de que os estudantes de escola pública têm os mesmos benefícios de escolas particulares, vamos conquistar nosso objetivo. Saber que você foi útil, que fez e faz parte na vida desses alunos, é um presente que não tem como atribuir valores. É muito gratificante estar na rua e alguém gritar: professor!”, disse.
A  estudante do 2º ano Cínthya Natalli, de 16 anos, disse que a parceria é  a chave para o sucesso dos alunos e isso não falta no convívio com  Claudionor. “Hoje sou monitora do professor, mas já fui aluna e sei do  compromisso dele com os estudantes em sala de aula. A relação de amizade  também é muito grande e isso contribui para que todos os jovens busquem  os ensinamentos passado por ele”, destacou.
A professora de  Sociologia e Filosofia, Simone Oliveira, trabalha na Escola Estadual de  Educação Profissional Adriano Nobre, em Itapajé. Ela leciona há nove  anos e sempre trabalhou na rede pública. A inspiração para o magistério  veio da professora da disciplina de Antropologia, no curso de Ciências  Sociais, Simone Simões. “Ela  chamou minha atenção, me fez desejar ser professora quando lecionava  com tanta emoção e inspiração, que seus olhos enchiam-se de lágrimas. E  esse prazer em ensinar e, ensinar com amor, provocou em mim o desejo  também de emocionar alguém e fazer com tanto amor aquilo que faria parte  de minha vida por um longo período”, afirma.
Sobre a motivação para participar tão ativamente do cotidiano escolar, Simone Oliveira atribui ao fato de poder fazer a diferença na vida de seus alunos. “No final do ano letivo de 2007, recebi um cartão de final de ano de uma aluna que agradecia a minha contribuição e dizia que desejava que todos os alunos tivessem a oportunidade de ter uma professora tão comprometida com seus alunos e com seu trabalho ao ponto de mudar a vida de alguém. Naquele momento tive ainda mais certeza que poderia contribuir de alguma forma com a formação de um ser humano melhor e, não simplesmente cumprir uma carga horária de trabalho e receber um salário no final do mês. Sei que precisamos do salário para alimentar nosso corpo, mas além de alimentar nosso corpo, precisamos alimentar nossa alma. E o alimento para nossa alma é saber que fizemos a diferença na vida de alguém”, assegura.
Para  os colegas, ela deixa sua mensagem: “Ser professor é assumir a árdua  missão de transformar vidas, de sonhar sonhos, de afagar sem encobrir  erros, de acreditar sem limitar, de amar sem cegar, de impulsionar e não  pular por eles, de puni-los para não corrompê-los, caminhar e não  caminhar por eles, mas com eles. Ser professor é a mais dura, a mais  difícil profissão, mas também a mais digna, doce e gratificante, pois  ajudamos a formar todas as outras profissões. E acima de tudo, formamos  não apenas profissionais, mas os sujeitos da sociedade. Portanto, ser  professor, é ter a esperança que podemos contribuir na formação de um  mundo melhor”.
Como surgiu a profissão de educador no Brasil?
A  educação oficial no Brasil começa em 15 de outubro de 1827, com um  decreto imperial de D. Pedro I, que determinava que “todas as cidades,  vilas e lugarejos tivessem suas escolas de primeiras letras”. É por  causa desse decreto, inclusive, que o Dia do Professor é comemorado no  dia 15 de outubro. A data, contudo, só foi oficializada em 1963.
O acesso à educação, porém, ainda era muito restrito na época do Império. Apenas famílias ricas tinham condições de contratar professores para educar seus filhos. Esses profissionais ou atuavam em escolas privadas ou vendiam conhecimento de forma independente.
Apenas a partir dos anos 30, com o surgimento dos grupos escolares, foi que o ensino público gratuito passou a se organizar e atender mais alunos. Nessa época, o poder público passou a se responsabilizar efetivamente pela educação das crianças. Assim, houve a expansão e interiorização dos grupos escolares e as primeiras escolas de formação superior de professores em licenciaturas surgiram.
*Com informações do Ministério da Educação (MEC)
15.10.2015
Wiarlen Ribeiro
Repórter / Célula de Reportagem
Fotos: Tiago Stille / Governo do Ceará
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