Especial Virando o Jogo: Jogando para vencer!

7 de janeiro de 2022 - 11:15 # # # #

Ethel de Paula - Texto

A virada é urgente e começou desde dezembro de 2019, a partir da formação cidadã e da capacitação profissional de jovens moradores de bairros periféricos de Fortaleza que têm entre 15 e 19 anos, mas, por diferentes motivos, se afastaram do ensino formal ou não conseguiram ter oportunidades no mercado de trabalho. É com eles e elas que iremos caminhar de mãos dadas nesta série de reportagens atenta às vozes e trajetórias de vida de quem busca vencer estrategicamente a partida contra a desigualdade social.

O projeto Virando o Jogo, abrigado sob o guarda-chuva do Programa Superação, é gerido e tem supervisão técnica da Vice-Governadoria do Estado do Ceará, que atua junto à Secretaria de Proteção Social, Justiça, Cidadania, Mulheres e Direitos Humanos (SPS). Como parceiros em sua execução, o projeto conta ainda com o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC) e a Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FUNCAP). O chão que pisa se mostra pedregoso, mas guarda potencialidades que merecem ser valorizadas e estimuladas. Não à toa, é exatamente nas áreas da cidade onde os dados relacionados à violência chamam atenção e exigem respostas da sociedade como um todo que essa nova geração de políticas públicas voltadas às juventudes escolheu atuar.

A fórmula não é mágica: mistura vontade política com senso de comunidade. Em diferentes fases do projeto Virando o Jogo, que incluem não só a capacitação dos jovens para o mercado de trabalho e sua reinserção escolar, mas também ações comunitárias, acompanhamento familiar, iniciação em esporte e cultura, estímulo ao empreendedorismo e até noções de gestão financeira, cada jovem tem como estímulo extra uma ajuda de custo que já vem fazendo a diferença no orçamento familiar e possibilitando sua presença e participação efetiva em sala de aula.

Jogo que não se joga só. Junto e misturado à juventude, falando sua própria língua, está a equipe multiprofissional de articuladores sociais, pedagogos, assistentes sociais, psicólogos, monitores e instrutores do SENAC instigados a fazer valer uma aposta comum: aquela que diz ser possível ampliar as capacidades e habilidades dos jovens, reforçando fatores protetivos junto às suas famílias e às suas comunidades.

Tudo para fortalecer a cidadania e criar oportunidades não só de emprego e renda, mas também de uma gradual e estratégica construção coletiva de modos de vida mais colaborativos, plurais, livres, inteligentes e inventivos.