Jovens da segunda edição do Virando o Jogo iniciam qualificação profissional e vislumbram mercado de trabalho

26 de agosto de 2021 - 15:30 # # # # # # # #

João Pedro Guedes - Repórter Queiroz Netto - Fotos

Um total de 845 jovens matriculados na segunda edição do Virando o Jogo iniciaram a fase de qualificação profissional, atividades esportivas e culturais na última segunda-feira (23). A atual etapa contempla 54 turmas e divide suas atenções entre aulas práticas e teóricas no espaço do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC), além de dinâmicas nas cinco áreas de atuação do projeto em Fortaleza e também no Serviço Social do Comércio (SESC). A previsão de duração desta fase é de quatro meses.

Os cursos ofertados na qualificação profissional são para assistente administrativo, vendedor, fotógrafo, salgadeiro, pizzaiolo, barbeiro, maquiador, manicure e pedicure, cabeleireiro assistente, recepcionista em meios de hospedagem, operador de turismo, eletricista, montador e reparador de computadores. As atividades esportivas englobam também muay thai, capoeira, futsal, voleibol, dança urbana e judô.

Surpresas do acaso

Mesmo com poucos dias de aula, Adrielly Laila, 19, já comemora uma verdadeira obra do acaso que aconteceu em sua vida. Fã de modelagem, o curso de manicure e pedicure não era sua primeira escolha. Entretanto, a nova área hoje já é muito mais convidativa. “Foi tudo por acaso e eu até queria trocar, mas quando vi que tenho certa habilidade passei a gostar muito das aulas”, disse.

Já de olho no mercado de trabalho, a jovem sabe da importância do Virando o Jogo em sua vida. “Manicure e pedicure é uma área que você consegue trabalhar com certa facilidade. É ótimo. Com essa formação eu vou conseguir trabalhar até mesmo em casa, recebendo clientes, ou em salões. Essa versatilidade me ajuda bastante”, pontuou.

Missão de ensinar

A professora do curso de assistente administrativo, Hanoy Barroso, 40, sabe das dificuldades de lidar com uma sala de aula repleta de jovens com diferentes pensamentos e formações. Todavia, a educadora entende o poder e o impacto de sua profissão na vida de cada aluno. “Ser professor, principalmente com jovens, não é só um trabalho, mas também uma missão. A gente percebe que como o Virando o Jogo entrega uma outra visão de mundo para eles. Muitos dos jovens chegam aqui sem sonhos, sem perspectiva, e só através do projeto eles começam a ver a vida de outra forma”, comentou.

Responsável por algumas turmas, a professora compreende e exalta o trabalho coletivo realizado em diversos setores do projeto. “As equipes de psicólogos e assistentes sociais nos ajudam muito. Sabemos que muitos desses jovens não possuem a estrutura familiar mais adequada e como esse trabalho de escuta feito em grupo é benéfico para eles. É um trabalho coletivo para fazer com que esses jovens se percebam e se encontrem em novos espaços, como o mercado de trabalho”, discorreu.

O projeto

O Virando o Jogo é uma política pública do Governo do Estado que faz parte do Programa Superação e conta com a execução da Vice-Governadoria em parceria com a Secretaria da Proteção Social, Justiça, Cidadania, Mulheres e Direitos Humanos (SPS). O projeto é direcionado para jovens que não estudam e não trabalham. A ação visa possibilitar uma oferta de atividades de cunho sócio educativo, de qualificação profissional, na perspectiva de fomentar o retorno desse público ao ambiente escolar, além de fortalecer vínculos familiares e comunitários.

Dividido em três fases, o Virando o Jogo oferece aos seus matriculados uma passagem por vários setores, possibilitando uma diversidade de atividades para facilitar a integração dos participantes ao mercado de trabalho. Na fase inicial, o jovem atravessa os módulos de formação cidadã e ação comunitária. Logo depois é a vez da qualificação profissional com um reforço em assuntos como esporte e cultura. Em um último momento, acontece o enfoque em áreas voltadas para o empreendedorismo. Todos esses passos são alinhados à reinserção escolar e ao acompanhamento familiar.