Em conferência virtual entre vice-governadora e ex-ministros da Educação, Ceará é apontado como exemplo para o Brasil na área

25 de junho de 2020 - 18:30 # # # #

Igor Cavalcante - Texto

A vice-governadora do Ceará, Izolda Cela, coordenou um encontro de três ex-ministros da Educação nesta quinta-feira (25). O debate virtual contou com a presença dos professores José Goldemberg, Cristovam Buarque e Renato Janine Ribeiro. Eles avaliaram a situação da área em meio à pandemia do novo coronavírus e propuseram medidas para reduzir as desigualdades no ensino brasileiro. A experiência do Ceará na área foi apontada como bom exemplo para o País.

“Nossa proposta aqui é reunir personalidades públicas com visões diferentes e alimentar o debate, que é uma obrigação daqueles que têm responsabilidade com o Brasil. A situação que vivemos no País causa apreensão e nosso objetivo é olhar para isso com uma postura propositiva”, explicou a vice-governadora. A reunião integra o ciclo “Diálogos, Vida e Democracia”, uma série de videoconferências promovidas pelo Observatório da Democracia.

Ensino básico

Janine destacou que há, historicamente, na gestão da educação pública, um pacto pela priorização do ensino básico. “A ideia é de que isso é essencial para garantir oportunidades para todos. Foi um ponto que vários governos, mesmo com linhas políticas diferentes, convergiram”, disse ele, que ocupou a chefia do Ministério da Educação (MEC) em 2015.

O ex-ministro lembrou o exemplo do Ceará, que em 2007 criou o Programa Alfabetização na Idade Certa (Paic) e inspirou o Pacto Nacional pela Idade Certa. Ele também apontou a importância do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), que são recursos repassados pela União a estados e municípios. “Sem ele, nossa educação básica vai entrar em colapso”, disse.

Pandemia

Ministro da Educação entre 2003 e 2004, Cristovam Buarque ressaltou a necessidade de se pensar a educação após a pandemia. “Vamos precisar de um incentivo aos professores, e os alunos precisarão de um forte apoio psicológico. Algumas cidades terão dificuldade de colocar as escolas para funcionar, então vão precisar de apoio dos estados e da União”, afirmou.

Os três ex-ministros concordaram com a necessidade de que tanto municípios quando estados e União assumam responsabilidades sobre a educação. “Estudei o exemplo do Ceará e percebi que sem a presença do Estado não funciona. Temos, no Brasil, escolas fundamentais que funcionam muito bem, mas que são caríssimas e generalizá-las não é possível, mas é possível fazer o que fez o Governo do Ceará, que não esperou só pelo interesse dos prefeitos pela educação, mas se colocou como uma presença maciça”, disse o ex-ministro José Goldemberg.

Ceará

Em sua fala de encerramento, a vice-governadora do Ceará comentou sobre os resultados do Estado na educação. “Temos aqui um esforço e os resultados têm se mostrado sustentáveis. E temos uma coisa que é muito presente, que é a responsabilização. É preciso que as pessoas creditem expectativas e tenham perspectiva positiva das lideranças. As pessoas podem estar acomodadas, mas quando o sinal muda, essas pessoas mudam”, finalizou.