Vice-governadora visita coleção de artesanato feita por internos do sistema prisional do Ceará

16 de maio de 2019 - 08:35 # # #

Entre linhas, agulhas e retalhos, 80 internos do sistema prisional cearense produzem o recomeço de suas histórias através do artesanato, parceria entre a Secretaria da Administração Penitenciária e o grupo Mulheres do Brasil. Reunindo uma nova leva de resultados desse trabalho, foi lançada nesta quarta (15) a coleção Verão Encantado. O evento aconteceu na loja Decorart Conceito, em Fortaleza.

Para Izolda Cela, a proposta do “Fabricando Oportunidades” é de dar aos presos uma nova proposta de vida. “A oportunidade dada e a grande expectativa que é um projeto desses atuando dentro dos presídios, é que eles tenham a oportunidade de se envolver em atividades, em aprender uma profissão e desenvolver talentos. Assim nossa expectativa é que eles na saída tenham uma oportunidade, uma chance de estar em uma rede de comercialização, numa cooperativa para que possam dar segmento a um novo projeto de vida”, destacou a vice-governadora.

A coleção reúne técnicas diversas como bordado, tenerife e crochê em redes de dormir, xales, echarpes e peças de decoração que estarão à venda no evento de lançamento. Além da compra no local, os interessados também poderão realizar encomendas.

Os internos artesãos recebem como benefício a remição de pena de um dia para cada três dias trabalhados na produção. A atividade, além de preencher de forma funcional o tempo de reclusão, é uma oportunidade de reinserção social, segundo a coordenadora de inclusão social da SAP, Cristiane Gadelha: “Essas pessoas estão prontas para produzir e vender o artesanato que elas mesmas produzem e também podem capacitar novas pessoas para o ofício, dando continuidade a um ciclo que reduz as chances de reincidência”, destaca.

O Grupo Mulheres do Brasil, que atua de forma voluntária dentro do sistema desde o ano de 2018, participa das atividades ofertando as aulas de capacitação. A vice-presidente do grupo no Ceará e responsável pelo núcleo de artesanato, Ethel Whitehurst, conta que os resultados dos esforços já são vistos: “Já encontrei com uma pessoa, em liberdade, dando aulas de crochê em sua comunidade, sendo remunerado por um serviço que aprendeu a fazer dentro do sistema. É muito gratificante para nós ver em cada olhar a esperança de melhoria de vida, por isso, nosso objetivo é fortalecer essa parceria para que o projeto continue a crescer”, afirma.

As unidades beneficiadas pelo artesanato são: Unidade Prisional Irmã Imelda Lima Pontes, Casa de Privação Provisória de Liberdade Agente Elias Alves da Silva (CPPL IV) e Instituto Penal Feminino Desembargadora Auri Moura Costa (IPF). O valor arrecadado com as vendas é revertido para a manutenção do projeto.