Em reunião sobre metas para Educação, governador anuncia criação do Centro de Formação e Liderança do Ceará

6 de outubro de 2021 - 09:53 # # # # # # # # #

A Secretaria da Educação (Seduc) realizou neste início de semana a reunião do Comitê Executivo – Encontro de Líderes, com a direção da pasta, assessores e coordenadores da Seduc sede, das Coordenadorias Regionais de Desenvolvimento da Educação (Credes), e das Superintendências das Escolas Estaduais de Fortaleza (Sefor). Na última terça-feira (5), o encontro teve encerramento com a presença do governador Camilo Santana e da vice-governadora Izolda Cela, que entregaram pessoalmente as metas de crescimento das 23 Credes, além de fazer o anúncio da criação do Centro de Formação e Liderança na Educação do Ceará.

“Tivemos a oportunidade de visitar em Singapura uma Academia de Professores, uma espécie de Centro de Formação e Liderança na Educação, e voltamos com essa ideia de fazer isso aqui no Ceará. Criar um espaço que possa ser de integração, de formação. Para isso estamos adquirindo um espaço que era de uma universidade, um espaço enorme, praticamente um complexo dentro de quarteirão inteiro aqui em Fortaleza, que vamos transformar no nosso Centro de Formação dos professores, incluindo alojamento. Estamos em conversas com o governo de Singapura para trazer essa experiência de formação de lá para cá, e vamos abrir espaços para instituições que possam ser parceiras nesse processo”, explicou Camilo.

Encontro de Líderes

Na sua palavra inicial durante a reunião do Comitê Executivo, o governador prestou homenagem aos educadores falecidos durante a pandemia e agradeceu aos integrantes da Seduc pelo trabalho nesse período, em que a Educação precisou se reinventar. “Temos procurado fortalecer e estruturar a educação como política de Estado”.

“Aqui definimos estratégias e metas, pois a cada dois anos os estados são avaliados no Saeb, e vamos ser avaliados em novembro próximo. Então cada um vai sair daqui e arregaçar as mangas. Todos somos muito gratos aos professores, educadores, colaboradores pelo trabalho que realizam. O Ceará é referência na educação, fruto dessa pactuação e trabalho coletivo. Mas nós queremos mais, e querer mais é dar esperança aos nossos jovens e crianças cearenses”, definiu Camilo Santana.

Ao discutir as pautas pertinentes ao cotidiano escolar, traçar as prioridades para melhoria da educação pública cearense e as metas estabelecidas, informação restrita aos educadores, o governador as classificou como “um desafio muito maior em recuperar os prejuízos trazidos pela pandemia no aprendizado”. Mas perfeitamente alcançáveis, tendo em vista o que vem sendo investido e os resultados que o Ceará vem colhendo, consolidado nos últimos anos como uma das melhores redes de Educação do País.

“Nosso objetivo é não perder nenhum aluno. Mesmo durante a pandemia nós tivemos um resultado fantástico de redução de abandono escolar, mas a meta é zero. Tínhamos um desafio enorme de avançar sem pandemia, e o meu pedido, empolgação, esperança e entusiasmo, é que nós podemos sim alcançar o nosso melhor. O que depender do governo, de apoio e de recurso, para que possamos fortalecer a educação, nós faremos. A educação continuará sendo a prioridade número um do nosso governo, pois somos uma geração que acredita que para construir uma sociedade mais justa, mais humana, mais solidária, é através da educação, não tem outro caminho”, enfatizou o governador.

A Seduc é responsável pela oferta do Ensino Médio nas escolas estaduais. Compete aos municípios a Educação Infantil e o Ensino Fundamental, com colaboração do Estado, conforme o município solicita. A missão é garantir educação básica com equidade e foco no sucesso do aluno. A rede estadual conta com 414 mil alunos e 13.718 professores efetivos, incluídos os concursados que já entraram em exercício em agosto.

O encontro de líderes contou com apoio do Programa Mais Infância Ceará, do Programa Cientista Chefe e parceria do Instituto Unibanco (IU). Além da equipe técnica da Secretaria da Educação, também participaram do comitê o cientista-chefe da Educação, Jorge Lira, e o superintendente executivo do IU, Ricardo Henriques.

“Sentimos muito quando veio a pandemia, mas não paramos de trabalhar pela educação em nenhuma instante. Lamentamos, pois vínhamos num ritmo de crescimento muito animador e promissor, por isso cada um de nós sentimos muito o desafio proposto pelo momento. Mas nós criamos um movimento na educação dentro desse contexto. Tínhamos o desejo de retornar para as aulas presenciais, mas tivemos de esperar a hora certa, com muita emoção e responsabilidade, conseguimos, e superamos todas as dificuldades. Percebemos aqui que está valendo todo o nosso sacrifício pela educação, ao colher nossos resultados de prejuízos minimizados”, ressaltou a vice-governadora Izolda Cela.

“Este momento aqui marca uma reconquista para todos nós, o retorno do ensino presencial, após um período tão difícil que passamos durante a pandemia, mas que não deixamos de ter uma dia de aula sequer. Temos de reconhecer o esforço de todos os educadores, mas também de um governador que temos, que prioriza a educação. Sabemos das dificuldades, mas alinhando com o nosso cientista-chefe, professor Jorge Lira, e com o nosso parceiro, Ricardo Henriques, do Instituto Unibanco, temos a segurança que temos a força e a dedicação necessárias para ultrapassar a meta estabelecida. Podemos surpreender em nossa avaliação”, explicou a titular da Seduc, Eliana Estrela.

Para Ricardo Henriques, apesar da pandemia, os números alcançados pelo Ceará estão melhores do que a projeção média nacional, demonstrando no resultado que o Ceará se mantém como um dos destaques nacionais na educação. “Tivemos um ano inteiro remoto, tivemos a educação híbrida e agora voltamos à sala de aula. Comparando todos esses cenários e colhendo informações de todos os estados do Brasil, usando o que a gente tem de melhor na literatura para medir o quanto se perde nas alterações de ensino entre o presencial e o remoto, teremos uma queda, mas ainda com números finais muito melhores que a maioria do Brasil em 2021”.

Conforme o último Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), o Ensino Médio na rede pública estadual do Ceará saiu de 3,8, em 2017, para 4,4 em 2019. São 21 escolas da rede estadual do Ceará entre as 100 melhores do Brasil no levantamento.

Ceará Educa Mais

O trabalho planejado e desenvolvido pela Seduc é pautado pelo Programa Ceará Educa Mais, constituído de 25 ações destinadas à progressiva melhoria da qualidade da educação cearense.

O programa está fundamentado em oito eixos: Aperfeiçoamento pedagógico; Desenvolvimento e Qualificação dos Professores; Avanço na Aprendizagem; Tempo Integral; Cuidado e Inclusão; Preparação para o Enem; Educação Conectada; e Qualificação Acadêmica e Profissional dos Estudantes.

Ao encerrar o encontro, Camilo Santana fez um balanço do cenário da Educação atual no Ceará: “Estivemos com todos os coordenadores das Credes para avaliar o momento atual, desafios pós-pandemia. Lembrando que a pandemia ainda não acabou, mas acredito que a parte mais difícil já superamos e se Deus quiser vamos vacinar todo mundo até o fim do ano, para que possamos voltar à normalidade. As aulas já estão sendo retomadas de forma presencial, e isso é importante, mas em nenhum momento o Ceará deixou de ter aulas de forma remota. Depois compramos chips, distribuímos tablets, vamos agora entregar notebooks para professores”.