Izolda Cela participa da entrega do Prêmio Frei Tito de Alencar em homenagem a Marielle Franco

19 de dezembro de 2018 - 10:46 # # #

A vice-governadora Izolda Cela participou da homenagem realizada pela Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Ceará para a vereadora Marielle Franco, assassinada em março deste ano no Rio de Janeiro. O evento aconteceu nesta terça-feira (18), in memoriam, com o prêmio Freio Tito de Alencar Lima de Direitos Humanos. A solenidade foi realizada no Auditório Murilo Aguiar e atendeu a requerimento dos deputados Rachel Marques (PT) e Renato Roseno (Psol).

Izolda Cela relatou que acompanhou com assombro as notícias sobre a morte da vereadora e falou sobre o seu comprometimento com a juventude cearense a fim de honrar a memória de Marielle. “Nós precisamos garantir que a juventude tenha cada vez mais oportunidades de conhecer sua história, de desenvolver uma consciência mais aberta, de poder compreender como realmente a sociedade funciona, compreender, infelizmente, as nossas raízes de preconceito e exclusão. Precisamos garantir isso, pois é uma das coisas que está sendo atacada com uma força de atraso muito grande”, avaliou.

A presidente da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da AL, deputada Rachel Marques, afirmou ter se sentido pessoalmente atingida pelo atentado à Marielle Franco. “Senti a dor de uma violência contra a democracia, especialmente contra a representatividade da mulher na política”, destacou.

Para Rachel Marques, a comoção nacional que a morte de Marielle causou demonstra que a vereadora “já é semente que não cansa de germinar no coração das novas gerações”. “Marielle se tornou um símbolo no qual precisamos nos inspirar para construir uma força coletiva, um sonho comum capaz de democratizar o Brasil. Se tem algo que Marielle nos ensinou, é que não se luta sozinho”, salientou a parlamentar.

Já o deputado Renato Roseno comentou sobre o populismo autoritário que se instaurou no Brasil. “O populismo autoritário é violento na política. Ele é raso nas ideias, promove ódio e intolerância, é contra a diversidade e a pluralidade, contra a Justiça, a democracia e os direitos. Ele está baseado em falácias que querem utilizar para manipular a opinião pública, para que os direitos sejam destituídos”, alertou.

A viúva da vereadora Marielle Franco, Mônica Benício, lembrou que nem o título de parlamentar foi capaz de proteger sua esposa. “Marielle foi, de novo, um recado para nos dizer que a população negra é a carne mais barata do mercado; que a população LGBT vai continuar ocupando o protagonismo das páginas dos jornais com páginas de sangue; que as mulheres que são vítimas de violência diária nesse país, que é o quinto maior no índice de feminicídio, vão continuar nesse ranking com esse futuro governo fascista que teremos”, pontuou.

Também participaram da solenidade a titular da Secretaria da Justiça e Cidadania do Estado do Ceará, Socorro França; o coordenador de Direitos Humanos do Gabinete do Governador, Dimitri Nóbrega Cruz; a coordenadora estadual de Políticas Públicas para a Promoção da Igualdade racial do Ceará, Maria Zelma de Araújo Madeira; a vereadora de Fortaleza, Larissa Gaspar (PPL) e a deputada estadual Mônica Francisco (PSOL).

Estiveram presentes, ainda, a representante do Fórum Cearense de Mulheres, Manuela Matias; a líder do Coletivo Marielle Franco no Cariri, Zuleide Queiroz; e a senhora Lúcia Rodrigues Alencar Lima, representando a família Frei Tito de Alencar Lima; a ex-prefeita de Fortaleza, Maria Luiza Fontenele; a ex-vereadora de Fortaleza, Rosa da Fonseca; e os ex-deputados estaduais João Alfredo e Nestor Bezerra.